Globalização e Globalização Financeira: Tendências e Perspectivas na Nova Ordem Econômica

17/03/2012 00:36

MARCO ANTÔNIO SILVA

 

Resumo

O presente artigo tem como objetivo trazer a discussão e oferecer elementos para uma reflexão crítica sobre o fenômeno da globalização a partir de sua conceituação, a ascensão daglobalização das finanças, seus impactos, possíveis tendências e desafios. Para a consecução do objetivo deste estudo foi realizado um levantamento atualizado da literatura sobre o tema em questão. Apesar das limitações metodológicas de uma pesquisa bibliográfica, acredita-se que os pontos aqui levantados possam lançar uma melhor compreensão sobreostópicos aqui tratados e suscitar ações que venham ao encontro dos interesses da classe trabalhadora, em especial a bancária. Uma visão crítica doo tema se faz necessária para nortear a sociedade brasileira, sobre os desafios e tendências desta nova ordem econômica mundial.

Palavras-chave: globalização, financeirização, mercados, tecnologia, trabalho

 

Introdução

 

O mundo vem vivenciando, a partir da segunda metade do século XX, um processo de expansão notável dos fluxos internacionais de bens, serviços e capitais ao lado de uma concorrência cada vez mais acirrada nos mercados internacionais e a uma maior conexão dos sistemas econômicos nacionais. A este fenômeno economistas tem designado de globalização. Apesar de mencionada com frequência nos meios de comunicação (PRADO, 2006), ainda é discutível sua conceituação, impactos e consequências para a sociedade.

 

Dadas as diferentes correntes de pensamento sobre o tema, é consenso que a globalização trata-sede um processo de mudanças que estáimpactando fortemente a política mundial, a economia, as relações do trabalho, além das questões culturais por todo o planeta (COSTA, 2008). Este processo foi impulsionado pelo desenvolvimento tecnológico, particularmente a automatização da indústria, a informatização e a rapidez nos transportes e comunicações, tal que as relações econômicas se aceleraram de modo que o capitalismo ingressou numa nova fase de desenvolvimento.

 

Entre aqueles que advogam a favor da globalização, em especial os adeptos do neoliberalismo, apresenta-se o argumento de que essa nova ordem mundial levaria, principalmente, os países em desenvolvimento a um crescimento mais rápido com o aumentodos padrões de renda e de consumo (PRADO, 2006), através de reformas estruturais liberalizantes, tais como a desregulamentação e liberação dos mercados financeiros. 

 

Entretanto, os seus críticos ressaltam que a livre mobilidade de capitais que resultaria em uma maior eficiência dos mercados na alocação dos capitais e, consequentemente, traria importantes benefícios, em especial para os países em desenvolvimento, não se concretizou. Contrariamente, verificou-se umciclo de crises cambiais e financeiras ao longo dos anos 1990 principalmente nos países que alegadamente seriam os mais beneficiados (ex. países Asiáticos, México, Rússia, Brasil e Argentina).

 

Para Chesnais (2005), nesta nova configuração do capitalismo as formas de organização mais facilmente identificáveis ainda são os grupos industriais transnacionais, os quais têm por incumbência organizar a produção de bens e serviços, captar o valor e organizar de maneira direta a dominação política e social do capital em face dos assalariados. Mas juntamente, estão novos atores como às instituições financeiras bancárias e não bancárias, que são constitutivas de um capital cada vez mais crescente com características particulares, designado de capital financeiro.

Este capital “O capital portador de juros” ‘busca fazer dinheiro sem sair da esfera financeira, sob forma de juros de empréstimos, de dividendos e outros pagamentos recebidos a título de posse de ações e, enfim, de lucros nascidos da especulação bem sucedida. Ele tem como terreno de ação os mercados financeiros integrados entre si no plano domestico e interconectados internacionalmente (CHESNAIS, 2005), caracterizando, portanto, a globalização financeira.

 

Ainda na esteira dos impactos desse processo no mercado mundial, é inegável que vários aspectos da globalização econômica, financeira e informativa provocaram mudançassignificativas na estrutura institucionale vêm erodindo direitos duramente conquistados pelos trabalhadores, e mais ainda por trabalhadores no resto do mundo (O’DONNELL, 2011). Também se observa, segundo Pochmann (2007), a tendência de um excedente estrutural de mão de obra em grande escala nos últimos vinte e cinco anos do século XX, conseqüênciacada vez mais nítida da mundialização das economias.

 

Decorrente do exposto acima, o presente artigo tem como objetivo trazer a discussão e oferecer elementos para uma reflexão crítica sobre ofenômeno da globalização a partir de sua conceituação, a ascensão das finanças globalizadas, seus atores epossíveis conseqüências desse processo.A relevância da discussão e reflexão sobre o tema se faz necessária para nortear a sociedade, em especial a brasileira, sobre os desafios e tendências desta nova ordem econômica mundial.

 

Para a consecução do objetivo anteriormente citado foi realizado um levantamento atualizado da literatura sobre o tema em questão. Apesar das limitações metodológicas, acredita-se que os pontos aqui levantados possamlançar uma melhor compreensão sobreo tema aqui abordado e suscitar importantes reflexões que venham ao encontro dos interesses da classe trabalhadora.Assim, este artigo encontra-se estruturado da seguinte forma: introdução, revisão bibliográfica, metodologia, análise dos resultados e considerações finais.

 

Revisão da Literatura

 

Globalização

 

Os acontecimentos que se manifestaram no fim do século XX e início do século XXI nas relações internacionais requerem para a sua compreensão uma visão ampla apoiada não apenas na análise econômica, mas também na imaginação prospectiva que nos habilita a pensar o futuro como História. Sem essa visão global, não captaremos sequer o sentido e estaremos incapacitados para agir eficazmente como sujeitos históricos (FURTADO, 2006).

 

Segundo Cardoso e Foxley (2009), a conjuntura atual é de um mundo integrado pelas comunicações, transportes, comércio e finanças internacionais, e pela atuação de organizações que não respeitam fronteiras. A imprevisibilidade da economia internacional exige dos governos nacionais celeridade e competência para aproveitar as oportunidades e proteger suas sociedades de grandes crises e flutuações.

 

Esta imprevisibilidade de acordo com Dicken (2010) traz sentimentos de incerteza fruto da conscientização de que,o que está acontecendo em uma parte do mundo é intensamenteafetado por fatos ocorrendo também em outras regiões do planeta, seja pelo resultado da velocidade com que as informações são difundidas devido às novas tecnologias em comunicação, ou pelo surgimento de processosde produção, distribuição e consumo em uma configuração geográfica cada vez mais complexa.

 

Nessa conjuntura, conforme expõe Prado (2006), o conceito de globalização nas duas últimas décadas como uma mudança econômica, devido à dinâmica das inovações tecnológicas e um fenômeno inevitável e desejável, exemplifica o conceito que, embora impreciso, cumpre seu papel de legitimar e interpretar o mundo.Todavia, as raízes do conceito remontam pelo menos ao século XIX, principalmente nas idéias de Karl Max (DICKEN, 2010).

 

Entretanto, a palavra globalização é ainda usada de forma superficial e definida quase sempre sem objetividade e apresentada pelas suas conseqüências e afirmações genéricas, apresentando de forma indistinta causas e conseqüências, intenções e resultados, expectativas e interesses (PRADO, 2006).

 

A dificuldade de conceituação pode ser atribuída ao fato da globalização apresentar-se como um processo complexocom uma gamasignificante de fenômenos novos. Por conseguinte, é percebida e analisada distintamente pelas diversas correntes de pensamento nas ciências sociais, tanto entre seus defensores quanto entre seus críticos, decorrente de uma percepção incorreta dos fenômenos do capitalismo contemporâneo e também da confusão ideológica que se instalou entre a esquerda após a desagregação do socialismo na URSS e no Leste Europeu (COSTA, 2008).

 

Dada as diversas interpretações e as imprecisões sobre o conceito (PRADO, 2006), podemos entender o fenômeno da globalização como um processo de integração de mercados domésticos na formação de um mercado mundial conexodividido em três processos interligados a saber: globalização comercial globalização financeira e globalização produtiva

 

Na esteira desta interpretação Gonçalves (2006) também relata que a globalização pode ser definida como a interação de três processos distintos, que tem ocorrido nos últimos vinte anos, e afeta as dimensões financeiras, produtivo-real, comercial e tecnológica das relações internacionais, caracterizados pela expansão dos fluxos internacionais de bens, serviços e capitais, concorrência intensa nos mercados internacionais e maior integração entre sistemas econômicos nacionais.

 

Ainda para Gonçalves (2006) os determinantes desse mundo globalizado podem ser agrupados em três fatores: tecnológicos, institucionais e sistêmicos. O primeiro refere-se aos desenvolvimentos tecnológicos associados à revolução da informática e das telecomunicações, resultando numa redução substancial dos custos operacionais e dos custos de transação em escala global. As operações produtivas e financeiras tornaram-se significativamente mais baratas, ao mesmo tempo em que reduziram o tempo de coleta de informações e de monitoramento dos capitais e de controle das operações produtivas difundidas pelo mundo.

 

O segundo fator é de ordem política e institucional vinculadas às idéias liberais ao longo dos anos 1980, tendo como marco de referência os governos Thatcher na Grã-Bretanha e Reagan nos Estados Unidos. O resultado desse pensamento vigente foi uma desregulamentação do sistema econômico global. Todavia, no tocante a órbita financeira, nota-se que a liberação do fluxo internacional de capitais se apresentavajá no início dos anos 1970 em alguns países centrais, talvez como resultado da própria pressão por maior liberdade para o capital após a ruptura do sistema de Bretton Woods. Essa ruptura foi acompanhada da instabilidade de taxas de juros e de câmbio, assim como pela crise econômica nos anos 1970.

 

Conforme ainda ressalta Gonçalves (2006), vários países em desenvolvimento nos anos 1990, defrontavam-se com implicações da crise do endividamento externo. Nesse caso, parece queestas nações reorientaram suas estratégiase suas políticas governamentais na direção da liberalização cambial e da desregulamentação do movimento internacional de capitais devido à fragilidade das contas externas (e da necessidade de atrair capital). Assim, a escolha, de opções políticas e ideológicas mais liberalizantes, parece ter desempenhado um papel secundário no processo de liberalização, tendo em vista oagravamento da realidade econômica, bem como a própria fragilidade e a incapacidade das elites nacionais de definirem projetos alternativos de ajuste e desenvolvimento.

 

O terceiro determinante alude aos fatores sistêmicos e estruturais. Aqui a globalização econômica é vista como a acumulação em escala global, caracterizado pela saturação da área produtivo-real das economias capitalistas maduras, ou seja, insuficiências de demanda agregada. Este fato deve-se ao menor potencial de crescimento dos mercados domésticos dos países desenvolvidos, ricos em capital, isto é, trata-se do problema clássico de realização do capital. Conseqüentemente, há um deslocamento de recursos da esfera produtivo-real para a esfera financeira e, portanto, um efeito de expansão dos mercados de capitais domésticos e internacional. Ademais, os países desenvolvidos reclamam constantemente acesso aos mercados internacionais de bens e serviços, como estratégia de saída para a crise domestica de acumulação (GONÇALVES, 2008).

 

Decorrente do exposto anteriormente, a globalização pode ser compreendida em três esferas interligadas: i) a comercial como um processo de integração dos mercados nacionais por meio do comercio internacional; ii) a financeira como a integração dos mercados financeiros nacionais em um grande mercado financeiro internacional, e; iii) a produtiva como o processo de integração de estruturas produtivas domestica em uma estrutura produtiva internacional (PRADO, 2006).

 

Concordemos ou não a globalização é um fato cotidiano e trata-se, portanto, de mudanças que estão impactando fortemente a política mundial, a economia, o mundo do trabalho e as tradições culturais em todas as partes do planeta, quer influenciadas pelos meios de comunicação, quer pelo poder econômico-financeiro das grandes corporações transnacionais (COSTA, 2008).

 

Globalização das finanças

 

Segundo Carvalho (2007), a globalização financeira não é um fenômeno recente. A movimentação dos capitais, em fluxos por todo o planeta, já havia se iniciado, e de forma razoavelmente intensa, no final do século XIX pela integração do comércio internacional sob a liderança do Império Britânico.Mais recentemente, a globalização das finanças é vista como um processo que surgiu com a internacionalização da produção, quando os bancos foram obrigados a acompanhar as transnacionais produtivas na busca de extração de valor fora de suas fronteiras nacionais (COSTA, 2008).

 

Posteriormente, os defensores do livre mercado entenderam que através da desregulamentação dos mercados financeiros, a economia teria maior liberdade para desenvolver todo o seu potencial.  De acordo com Costa (2008) os arautos da globalização neoliberal fundamentam-se em três princípios básicos: i) o mercado com regulador da vida social; ii) a iniciativa privada como operadora do sistema; iii)o Estado mínimo e desregulado como instrumento de garantia da propriedade e dos contratos. Esses eixos básicos são justificados tanto do ponto de vista filosófico, quanto das relações econômicas, considerando a perspectiva deAdam Smith de que o mercado por si é capaz de harmonizar interesses em todos os aspectos da sociedade, gerando desse processo o bem estar da coletividade. Entretanto,conforme assevera Marques (2010), isto não se verificou, não aquela que permite a população do planeta a desenvolverem uma vida melhor, e sim a do capital.

 

Este processo de desregulamentação monetária e financeira, liderado pelos Estados unidos e a Inglaterra (CHESNAIS, 2005), iniciado nos anos 1960, permitiu uma concorrência bancária acirrada e a implementação deinovações financeiras para sustentar estratégias mais ousadas na composição de seus ativos, através de uma política mais agressiva na captação de recursos. Estas inovações financeiras e, em específico, os novos produtos financeiros permitiram aos bancos fornecerem crédito fora da regulação da autoridade monetária (CARCANHOLO, 2005).

 

Para Dicken (2010) os fluxos financeiros internacionais e as transações em moeda estrangeira atingiram níveis sem precedentes colocando em um plano secundário a importância do comercio internacional de bens e de outros serviços. Evidentemente, algumas dessas transações financeiras estão diretamente relacionadas ao comércio e à produção internacional sendo primordiais para essa finalidade. Todavia, apenas 10% das transações financeiras são desse tipo. Os demaisnegócios são especulativos e destinadosà geração de lucros a curto e longo prazo com fins em si mesmos por meio de uma complexa diversidade de instrumentos financeiros. Contudo, é difícil traçar uma linha divisória clara entre as transações financeiras especulativas e aquelas essenciais aos fins produtivos.

 

Neste novo contexto segundo Guttmann (1998), os títulos tornaram-se uma opção mais atraente devido à facilidade de livrar-se deles a qualquer momento e dependiam menos do capital industrial. Reduzindo os empréstimos para as empresas, os bancos contam com liquidez considerável para atuar de maneira agressiva, envolvendo-se, assim, cada vez mais na securitização do crédito, no financiamento do mercado de títulos e nos vários negócios especulativos (COSTA, 2008).

 

A participação cada vez maior dos bancos comerciais nos mercados de títulos foi um dos fatores terminantes da hegemonia do capital fictício. A aceitação pelos bancos do uso de títulos como garantia de empréstimos para financiamento da compra de novos títulos tem permitido aos investidores financeiros a realizarem transações com reduzido capital próprio (GUTTMANN, 1998).

 

Entretanto, de acordo com Costa (2008) os bancos não se limitaram somente a esfera dos títulos e ampliaram suas atuações também nos mercados de derivativos e de divisas. Este mesmo autor relata que em 1994 os sete maiores bancos comerciais dos Estados Unidos negociavam cerca de US$ 13,7 trilhões em contratos de derivativos, enquanto no mercado de divisas as operações representavam em média US$ 1,4 trilhão por dia. No entanto, o lastro efetivo dessas operações representavam apenas 10% a 20% dos contratos negociados, o que evidencia o caráter especulativo da globalização financeira.

 

O caráter dessas operações provocou uma especulação global, em que as transações com títulos das dívidas públicas, câmbio, bônus, ações e derivativos multiplicaram-se numa velocidade muito maior que o comércio e a atividade produtiva mundial (CARCANHOLO, 2005). Para citar outro exemplo, em 1979 o volume diário das transações financeiras era de U$ 75 bilhões; em 1990 já atingia U$ 500 bilhões e, em 1998, alcançava a quantia de U$ 1,8 trilhão (TOUSSAINT, 2001). Atualmente, o capital especulativo, ao conseguir movimenta-se vinte quatro horas por dia, impôs à dinâmica econômica do capitalismo um conjunto de transformações quantitativas e qualitativas, com repercussões em todos os setores da vida social.

 

Adicionalmente, de acordo com Costa (2008), vários fatores econômicos, políticos e sociais adquiriram uma dimensão singular que marcaram a economia mundial nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Estes fatorespossibilitaram ao pólo financeiro do grande capital um crescimento extraordinário, favorecendo a esta atividade a hegemonia dos negócios do sistema capitalista e a instituição do rentismo como norma geral para os agentes econômicos, processo este denominado pelos economistas de financeirização da riqueza.

 

Para Marques (2010) esta financeirização, nas últimas três décadas, posicionou o capital portador de juros no centro das relações sociais e econômicas do mundo atual. Este capital ramificou-se pelo planeta e com o desaparecimento da ex-União Soviética ea entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), colocou os trabalhadores, em concorrência internacional. Vale ressaltar que o retorno do capital portador de juros somente foi possível porque, tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra, os trabalhadores sofreram derrotas significativas nessa nova ordem social e econômica mundial, como a infringida aos aeroviários e aos mineiros (CHESNAIS, 2005) naqueles países.

 

O retorno do capital portador de juros, que aconteceu em bases muito mais profundas e complexas do que no passado, foi acompanhado pela construção de uma nova relação entre os diferentes componentes do capital (portador de juros, industrial e comercial) e por uma nova correlação de forças entre o capital e o trabalho, desfavorável a esse último (MARQUES, 2010).

 

Não sem motivo, o mundo do trabalho passou a ser palco de profunda repercussão desse novo cenário em curso na economia global. O desemprego e a desigualdade de salários e renda mostraram-se crescente entre nações ricas e pobres, bem como no interior de cada país, especialmente entre economias não desenvolvidas, que na tentativa de superar as condições de periferia do dinamismo mundial transformaram-se numa grande feira internacional de concorrência pelo oferecimento de mão de obra a custos decrescentes (PONCHMANN, 2007)

 

Neste novo cenário segundo Costa (2008) a hegemonia do capital financeiro sobre a trajetória produtiva impôs à sociedade um pesado ônus por não gerar valor e se transformar num instrumento inibidor do investimento produtivo. Isto se deve ao fato que as empresas produtivas são obrigadas a gerar lucros nas mesmas proporções que na área financeira. Deste modo, deslocam parte de seus recursos para as finanças, fugindo a lógica de sua atividade original. Para a sociedade a conseqüência é a queda do nível da atividade econômica, justamente no setor que gera valor (o produtivo), mas também o desemprego, o incremento da concentração da renda e o empobrecimento geral dos setores sociais excluídos dessa ciranda financeira.

 

Concomitantemente à volta do desemprego na vida do trabalhador, conforme Marques (2010), o movimento de massas (especialmente o dos trabalhadores sindicalizados), que sustentava o acordo do pós-guerra entre o capital e o trabalho pela ação de suas direções, sofreu derrotas consecutivas. De forma acentuada, a depender do país, sindicatos antes fortes viram seus sindicalizados cair em número significativamente, mesmo entre aqueles com emprego relativamente estáveis. Para a maioria dos trabalhadores, a precarização das condições de trabalho passou a constituir a norma, aumentando os empregos a tempo parcial, por prazo determinado e sem direitos (MATTOSSO, 1994).

 

Dentre tais conseqüências, ressalta-se o processo de mudança das relações de trabalho. Estas relações podem ser entendidas como um conjunto de arranjos institucionais e informais, os quais moldam e transformam o relacionamento entre o capital, o trabalho e o Estado, dentro e fora das empresas. Assim, todas as transformações que vêm ocorrendo no mercado de trabalho atual dependem de fatores políticos, econômicos e culturais presentes num determinado contexto social (LEITE, 1991), contudo, entre estes aspectos a finaceirização da riqueza parece ter tido impacto mais significativo.

 

Globalização financeira: tendências e desafios para a indústria bancária

 

Aspectos tecnológicos

 

A indústria bancária tem passado por um processo de transformação profunda, em que a tradicional forma de decisão quanto aos depósitos, empréstimos e reservas vem desaparecendo (OLIVEIRA; FORTE, 2009). O sistema financeiro mundial passou por transformações nas últimas décadas caracterizadas por uma maior liberdade de trânsito dos fluxos financeiros entre os países e a adoção de novos instrumentos financeiros, por causa das facilidades proporcionadas pelos avanços das telecomunicações e da informática.

 

Conforme relata Diniz (2010) o papel determinante da tecnologia de informação no processo de desenvolvimento de inovações no setor bancário é inegável. A tecnologia está presente tanto no processo de criação de produtos, quanto de sua distribuição aos clientes.Mesmo aquelas tecnologias externas ao setor bancário, sem alguma relação direta com o setor, como a telefonia móvel,pode gerar a criação de um produto bancário específico através de acesso remoto via dispositivos móveis aos dados bancários do cliente.

 

Para Carvalho (2007) as inovações oriundas da tecnologia da informação, aumentaram a capacidade de armazenamento e a velocidade de processamento da informação extraordinariamente. Paralelamente, reduziu os custos desses processospermitindo criar infraestruturas integradas de sistemas e equipamentos, bem como a mobilização de pessoal especializado.

 

Os minicomputadores desenvolvidos no final dos anos 1960 foram incorporados pelos bancos como parte integrante de um sistema de teleprocessamento de informações de regiões distantes para o mainframe central dos bancos, responsáveis pelo processamento de back Office (DINIZ, 2010). Posteriormente, conforme relata este autor, no fim dos anos 1970, o barateamento das tecnologias de automação foi terminante para aadoção de sistemas conectados à internet. Já nos anos 1980, os microcomputadores entraram em larga escala nos bancos através de automação de escritório, de novos modelos de caixas eletrônicos e nos primeiros projetos de home-banking.

 

Nos anos 1990, os bancos, perceberam que a estratégia de usar a Web como um canal para transações, poderia trazer também economia no processamento de serviços bancários usualmente realizados em outros canais (DINIZ, 2010). Em seguida, a Web era parte de processos internos, como os portais corporativos e na infraestrutura de caixas eletrônicos e outros processos de comunicação interna. Embora nascidas fora do ambiente bancário, estas tecnologias foram incorporadas, adaptadas e evoluíram a partir da sua utilização pelos bancos, tornando-se cruciais nos processos de negócio do setor, ou como suporte a novos canais, ou como geradores de novos produtos e serviços.

 

Adicionalmente, conforme expõe Carvalho (2007), a tecnologia de informação também trouxe avanços na questão armazenamento e processamento de dados (data mining), permitindo a construção de complexas operações de engenharia financeira, além de permitir a melhor gestão de risco e de retorno dos produtos e serviços financeiros, através de aplicativos específicos.

 

Estas inovações provocaram, assim, uma profunda transformação nas organizações. Segundo a consultoria Mckinsey (2006) investimentos em tecnologia de informação em bancos europeus, por exemplo,podem variar de 8% até 14% das receitas operacionais. Outro aspecto dessa transformação é a introdução da moeda eletrônica (cartões de débito e crédito) em quase todos os mercados financeiros em substituição a moeda corrente, estendendo-se também à operação dos modernos sistemas de pagamentos monitorados pelos bancos centrais e pelas autoridades reguladoras de serviços financeiros (CARVALHO, 2007).

 

Atores da globalização financeira

 

Além das inovações tecnológicas, outros fatores se fazem presentes na globalização financeira.Conseqüentemente a desregulamentação, os organismos governamentais e privados que supervisionam os bancos se reestruturaram e os próprios bancos centrais começam a perder espaço para as agencias reguladoras. Dentre as transformações marcantes desse processo de globalização, como a desintermediação financeira, observa-se a ascensão e o papel cada vez mais preponderantede outros atores nesse novo mercado.

 

Nesta nova conjuntura destacam-se os bancos globais, os bancos de investimento e certas instituições não bancárias como os fundos de private equity (CARVALHO, 2007). Estas últimas instituições exercem influência considerável nas corporações e têm importante participação nos mercados de capitais, fazendo convergir para estes mercados às operações de compra alavancada de empresas ou LBO – Leveraged Buy-Out. Tais transações podem influenciar consideravelmente a quantidade e a qualidade das operações nos mercados de capitais, dado o giro que levam aos fluxos de entrada e saída dos capitais.

 

Ainda como atores neste cenário, Costa (2008) cita asinstituições que começaram a ter uma significativamente participação no mercado globalizado como os fundos de pensão, os fundos mútuos, as companhias de seguros, as corretoras e outras instituições. Para caracterizar este fenômeno, este autor relata que em 1948 a participação dos bancos entre as instituições financeiras nos Estados Unidos era de 55,9%, regredindo para 25,4% em 1993. Por outro lado, a participação dos fundos de pensão cresceu de 3,1% para 24, 4% no mesmo período e as outras instituições também cresceram de 1,3% para 14,9% tomando a mesma base de comparação.

 

Contrariamente as instituições que aumentaram sua participação no mercado,conforme observado nos dados anteriormente, Carvalho (2007) também relatauma tendência declinante do setor bancário de varejo. A acelerada desintermediação financeira e a concorrência de agentes não bancários no mercado de capitais são apontadas como responsáveis por esta tendência.Os bancos de varejo são os mais pressionados a fazerem mudanças estruturais devido à alta competitividade. Essas pressões são decorrentes, em parte, do advento da tecnologia da informação apoiados no uso da internet. O cenário futuro, desenhado pela progressiva inovação tecnológica, exigirá dos bancos um elenco de produtos e serviços que realmente antecipem às necessidades de seus clientes.

 

Um estudo da IBM Consulting (2006), quanto ao futuro dos bancos de varejo, apontaas seguintes grandes tendências:

1.      O poder de compra do cliente mais fortalecido, pela facilidade com que disseminarão as informações no mercado

2.      Novos concorrentes ocupando nichos especializados de mercado.

3.      Profissionais especializados e qualificados cada vez mais serão necessários e estarão disponíveis no mercado de trabalho

4.      A tecnologia avançará celeremente, levando continuamente a oferta de novos serviços bancários de maior qualidade e custos mais baixos

5.      Os produtos do futuro refletirão as macrotendências econômicas, aparecendo com especial destaque itens como: hipotecas, RFID (Radio Frequency identification), serviços bancários integrados em pacotes e integração de clientes.

 

No palco da globalização financeira Carvalho (2007) ressalta que, inversamente aos bancos de varejo, aos bancos globais, os bancos de investimento e os fundos de private equity mostram-se em ascensão.Osbancos globais são instituições presentes nas principais praças financeiras do mundo ou nos centros financeiros regionais e globais. Estasinstituiçõesdesempenham atividades de banco de varejo, ao lado de outros serviços típicos de bancos de investimentos, os quais se desenvolvem paralelamente às exigências da dinâmica do comércio internacional.

 

Já os bancos de investimento apresentam perspectivas de crescimento, mas especificamente pelas oportunidades criadas pelo desenvolvimento do mercado de capitais na Europa e no Japão e pelas novas demandas do Leste Europeu, do Oriente Médio e da África.Quanto aos fundos de private equityestes despontaram no cenário da globalização financeira como agentes na mobilização e alocação de poupanças, no levantamento de fundos para privatização em mercados emergentes, na reestruturação de empresas, financiamento de fusões e aquisições e na consolidação de setores que buscam ter operações de maior escala.

 

As relações de trabalho

 

Segundo Dias e Zilbovícios (2009), quanto às relações do trabalho, a questão é que a financeirização tende a privilegiar formas de organizações do trabalho calcadas em autonomia, contrapondo à organização clássica (taylorista/fordista). Porém, quando adotadas no contexto de financeirizaçãonão necessariamente refletem-se em avanços no que diz respeito às condições de trabalho.A literatura aponta para certas mudanças como conseqüência da ascensão do capitalismo do acionista, mas não tratam da questão organização do trabalho.

 

Uma mudança na relação-capital trabalho é a abertura do capital das empresas realizada em direção aos seus trabalhadores, como figura do assalariado acionista (PLIHON, 2003apud DIAS; ZILBOVÍCIOS, 2009). Entretanto, dado esta situaçãosurgir o conflito em que o trabalhador, como assalariado, deseja aumento de salário e manutenção de emprego, mas como acionista deseja rendimento financeiro máximo, o que pode significar redução da massa salarial.

 

A noção de emprego-projeto conforme expõem Dias e Zilbovícios (2009) trata de flexibilizar as relações empregatícias,ao lado de grandes estruturações organizacionais visando diminuir os níveis hierárquicos das empresas e o número de funcionários de forma geral.  Este último fenômeno é acentuado com a finaceirização visto que anúncios de grandes restruturações costumam valorizar as ações das empresas no mercado financeiro. Apesar de não ser um fenômeno novo, encaixa-se à necessidade de flexibilidade de liquidez, em oposição ao capital fixo, imobilizado, intrínseca à lógica financeira.

 

Em decorrência do ponto anterior, torna-se cada vez mais responsabilidade do trabalhador a sua manutenção no cargo einvestimentos em qualificação. A empregabilidade, o empreendedorismo e a emergência do emprego-projeto são sintomas de uma transferência dos riscos do capitalista para o trabalhador.

 

A indústria bancária brasileira

 

Quanto à indústria bancária brasileira, nas últimas décadastambém vêm sofrendo mudanças consideráveisconforme relata Zilber e Pajares (2009) destacando-se:

1.      A implantação do Plano Real em 1994, que conseguiu proporcionar a estabilidade da moeda, mas, por outro lado, levou ao fim da receita inflacionária dos bancos, que chegou a representar mais de 40% do seu faturamento;

2.      Os programas de recuperação dos bancos (PROER), que impediram um colapso do sistema e trouxeram grande mudança para o ambiente de competição;

3.      O aumento da concorrência estrangeira, que quase dobrou sua participação nos últimos 10 anos;

4.      A implantação rigorosa de políticas regulatórias (Lei 11.638, Basileia, Central de Riscos, entre outros);

5.      a consolidação do setor financeiro, que tinha 246 bancos em atividade no ano de implantação do plano real (1994) e passou a ter 156 bancos em atividade no final de 2007 (FEBRABAN, 2007-2008).

 

Cenários para a indústria bancária brasileira

 

Em um estudo prospectivo para identificar quais as estratégias mais prováveis utilizadas pelos bancos brasileiros, Oliveira e Forte (2009) apontam os seguintes resultados:governança corporativa; foco no segmento de micro e pequenas empresas; alianças estratégicas; associação com redes varejistas, acordos operacionais para financiamento ao consumo; integração de novos canais de distribuição que possibilitem presença junto a populações até então desassistidas; diversificação no nicho de mercado; e abertura de capital, com negociação de ações na bolsa nacional e internacional ou emissão de novas ações.

 

Papel do Brasil no cenário mundial

 

De acordo com Fonseca, Meireles e Diniz (2010), a evolução crescente do Brasil no cenário mundial pode vir a influenciar o setor bancário, incluindo eventuais desafios e barreiras nesse ambiente, nos horizontes de cinco, dez e vinte anos, a saber:

       1. Normas e Padrões. Nos próximos cinco anos, o Brasil deverá aumentar sua participação e poder de influência na criação de normas e padrões para a América Latina. A partir daí, acredita-se que o grau de importância do país nesse campo deve crescer gradativamente, podendo, no futuro, vir a ditar normas e padrões internacionais.

       2. Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Outro agente importante do crescimento, ou não, da relevância do Brasil no cenário global é o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Considera-se no curto prazo um aumento crescente nos investimentos em P&D, em especial da iniciativa privada, até o potencial de se tornar um cluster tecnológico no longo prazo.

       3. Estrutura de Capital. No curto prazo devemos assistir ao incremento dos investimentos no mercado de capitais brasileiro, convergindo para investimentos crescentes, de maneira a, no médio e longo prazos, habilitar o Brasil na compra de empresas em outros países.

       4. Postura Empresarial. Uma visão local que gradativamente começa a enxergar o regional. Em dez anos, domina um conjunto de países emergentes e, em quinze anos, alcança uma visão e uma atuação global.

       5. Serviços Financeiros. Da mesma forma que a postura empresarial, deve-se começar o desenvolvendo de serviços financeiros com alcance regional, para em cinco a dez anos ser um dos mais importantes entre os emergentes, evoluindo para se tornar um dos hubs financeiros globais.

       6. Desafios e Restrições. No curto prazo os preconceitos existentes mundialmente hoje podem ser barreiras tão fortes como a falta crescente de profissionais capacitados, que tende a limitar o crescimento do país num futuro próximo. No longo prazo, ainda não se conhece algo que limite o papel do Brasil no cenário mundial aqui traçado.

 

Considerações finais

 

O presente artigobuscou lançar uma luz sobre o que vem a ser a globalização e, em especial, a globalização financeira, seus impactos e tendências. Pelo discorrido ao longo deste trabalho, se faz mister que possamos entender as transformações em curso deste fenômeno que tem impactado e provocado mudanças consideráveisna vida de milhões de pessoas nas economias nacionais e mundial. O entendimento do processo de globalização nas suas dimensões econômica, produtiva, tecnológica e financeira pode representar o ponto de partida para aqueles quedesejam atuar de forma ativa ponderando sobre seus efeitos e consequências.

 

Essa integração complexa dos mercados tornando-os parte de um marcado globalleva a um novo modelo de investimento internacional, que se origina principalmente da necessidade de empresas ocuparem espaços estratégicos nesses mercados, beneficiando-se das vantagens locais para a produção e distribuição de seus produtos. Neste sentido, essas empresas surgem como atores globais: fazendo alianças, entrando em disputas, pressionando governos, negociando privilégios (PRADO, 2006).

 

Quanto à dimensão financeira, a maior integração entre os sistemas financeiros em esfera internacional manifesta-se através de uma proporção crescente de ativos financeiros emitidos e circulando irrestritamente nas diversas regiões geográficas do planeta. Tal movimento de capitais se faz possível por intermédio dos avanços tecnológicos na informática, principalmente com o advento da internet, na telefonia e na mídia, contribuindo para tal integração.

 

Aliado ao advento de avanços tecnológicos a globalização financeira foi alavancada pelosurgimento de novos atores, como os bancos globais, os fundos mútuos de investimentos, os fundos de pensão e a criação de novos instrumentos como a securitização e os derivativos.Porém, nada confrontadoà desregulamentação e a liberação dos mercados nacionais, o que possibilitou o transito livre de capitais entre os países.Deste modo, desenvolveram-se as operações financeiras diretas, sem a intermediação dos bancos, competindo com os bancos tradicionais.

 

Já às relações entre a financeirização e organização do trabalho, apesar da ascensão do emprego-projeto, ainda, não é possível concluir que o modelo clássico taylorista encontra-se esgotado. Ainda é plausível vislumbrar uma divisão do trabalho entre empresas da mesma cadeia, nos moldes clássicos presente em atividades em que menores níveis de flexibilidade são exigidos, onde economias de escala ainda são fontes importantes de lucratividade e onde a economia em custos de trabalho podem ter vantagens comparativas(DIAS, ZILBOVÍCIUS, 2009).Todavia, é visível que nos últimos trinta anos vêm ocorrendo a precarização das relações de trabalho contra os trabalhadores e a perda do poder de negociação dos sindicados frente à nova ordem mundial econômica. Contudo, as relações entre trabalho e capital e o futuro do emprego ainda reclamam maiores estudos.

 

Quanto ao Brasil frente aos desafios da globalização, pode ter sua posição reforçada devida a uma evolução de sua participação como ator global e vir a influenciar o setor bancário, incluindodesafios e barreiras nos anos vindouros tais como normas, pesquisa, estrutura de capital e tornar-se um pólo financeiro internacional.

 

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